terça-feira, 17 de maio de 2011

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– Não, você tem que ir embora... Droga, não da mais tempo. – ele estava respirando irregularmente e seus olhos estavam arregalados. Olhei bem pra ele, seus olhos estavam... Estavam pretos!
– O que foi? – perguntei assustada largando seu braço e dando um passo para trás.
– Você terá que vir comigo.
– Não posso vou ter aulas de...
– Não estou pedindo. – ele falou serio, me encolhi. Ele pegou meu braço e me senti como se estivesse entre a vida e a morte. Olhei dentro dos seus olhos que agora estavam tão negros que eu jurava não haver brilho.
– Minha mãe...  
– Escreva um bilhete. – ele pegou um caderninho e uma caneta. Escrevi uma desculpa esfarrapada e ele pegou da minha mão, o papel pegou fogo. Comecei a me afastar e bam! O vidro da janela da sala se espatifou a traz de mim eu gritei, só vi uma sombra enorme, quando estava me virando David disse:
– Não olhe. – David me pegou, tapando minha visão e puf! Não estávamos mais lá.
– Como? É... Por que... Você... hm. – tentei falar algo, mas não achava nada adequado, me virei para o ambiente que estávamos. Franzi o nariz.
Estávamos num barzinho, ele segurou minha mão, e eu lhe agradeci por isso. Os olhares de lá não eram nem um pouco amigáveis, subimos pela escada velha e cheia de poeira que ficava no canto. Lá em cima tinha um homem atrás de uma mesa e uma cadeira virada pra janela, ficando de costas para nós. Só dava para ver a parte de traz da cabeça, e sem se virar ele disse.
– David, o que você faz com essa menina?
– Ela vai fazer parte do futuro. Ela sabia de muitas coisas, acho que Kira apagou a memória verdadeira dela e da senhora Dare. Ela é uma... uma de nós.  
Eu os olhava sem entender nem uma palavra.
– Espero que esteja errado.
– Eu também. – sussurrou ele tão sombriamente que senti todo meu corpo vibrar e cada pelo, de cada parte do meu corpo se eriçar. Mordi os lábios, nervosa e confusa.
– Do que vocês estão falando? – perguntei franzindo a testa e passando a mão pela nuca.                                                                                                                 
– Leve-a para você sabe onde. – disse o homem me ignorando.
– Sim. – ótimo! Ignorada dupla. 

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