segunda-feira, 18 de abril de 2011

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Despertador toca outra vez, estava na hora.  Andei sorridente até a varanda vizinha, toquei a campainha, mas ninguém atendeu, toquei mais uma vez, com muita dificuldade por causa das coisas nas mãos e uma voz grossa e rouca gritou:
– Já vai!
Esperei, até que um homem alto apareceu. Ele tinha cabelos negros e olhos também. Usava uma camisa de manga franzida preta e uma calça jeans, de lavagem escura.
– Boas-vindas senhor. Sou sua vizinha. – sorri e lhe entreguei o bolo e as flores. – Cadê sua esposa?
– Entre, vou chamar. – assenti e entrei. A casa era de classe media, simples e de bom gosto. – Temos visitas! – gritou tão alto o homem e eu franzi o rosto pra não tapar os ouvidos. Depois olhei pra ele e dei um sorriso amarelado. Desceu uma linda mulher, ela tinha olhos tão azuis e isso me lembrou do menino do colégio, mas seus cabelos eram bem loiros, ela vestia um vestido preto lindo.
– Oi, sou a vizinha. Meu nome é Eliza. Eliza Dare. – estendi a mão e ela apertou.
– David! Venha conhecer a vizinha. – ela sorriu pra mim. – Meu nome é Brenda e este é meu marido Paul.
Quando olho para o menino descendo à escada era o menino do banheiro. Ele ficava muito mais bonito sem o uniforme, os cabelos estavam molhados e desgrenhados, vestia uma calça preta e uma blusa branca, com um casaco de couro.  Dei um sorriso pra ele. Como ele era encantador.
– Seremos vizinhos menino do banheiro feminino? – dei risada.
– Parece que sim menina anoréxica. – disse ele respirando fundo. E revirando os olhos. Senti-me desconfortável com sua aspereza.
– Err, vim lhes chamar para um jantar na minha casa amanhã.
– Eu não v... – David ia começar a falar, mas sua mãe o cortou dizendo:
– Claro que iremos que tal às sete e meia?
– Perfeito.
– Vamos ao mercado. – disse Brenda olhando a hora no seu relógio – David fique com ela até voltarmos. – ela pegou a bolsa e saiu.
Ele se apoiou no corrimão da escada com se estivesse tonto. Pôs uma das mãos na cabeça.
– Está tudo bem? – perguntei me aproximando e segurando seu braço.

sábado, 16 de abril de 2011

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– Atrasada? – perguntou perplexo. Ai você pensa: meu deus que homem exagerado, 8 minutos! Só oito minutos.
Mas vocês nem sabem oque eu fiz com ele quando se atrasou 2 minutos.
– É. Não sei o que me deu. Harry, vamos passar na floricultura.
– Flores para os vizinhos?
– Sim. – disse distraída, fiquei olhando pela janela, procurando.
O resto do caminho foi em silencio. Comprei um buquê de tulipas. Chegamos em casa, fui correndo e tomei um banho bem rápido. Não podia estragar os horários. Quando terminei de me vestir, o despertador tocou. Desci correndo para a cozinha e lá estava minha família: Mamãe e Teddy. Sendo que ele é meu Poodle.
Nunca conheci meu pai, e quando perguntava dele a minha mãe ela parecia saber menos que eu. Isso me deixa desconfiada, em que ela trabalhava antigamente?
– Oi, mãe. – disse me sentando. Era a única hora que eu via minha mãe por mais de 10min.
– Oi, filha. – trim trim trim o celular dela toca, isso indica que ela já vai. Mas eu tinha parado de me importar. Sempre me ocupava para esquecer. – Alô?... Sim, claro. Já estou indo. – ela olhou para mim enquanto desligava o celular. – vou te recompensar. Eu prometo.
– Mãe você me promete isso há dois meses. Mas vá, quem se importa? – senti pela sua expressão que ela estava magoada, mas não era só ela.
Ela apenas se virou e pegou sua bolsa indo em direção à porta, me virei para o prato, só tinha salada. Odeio salada. Cutuquei a folha verde e desisti de comer. Subi para o quarto, tomei dois comprimidos de emagrecer. Fiquei distraída olhando a casa nova pela janela. Até que percebo a hora.
Corri para o banheiro e tomei um banho rápido, prendi o cabelo num arrumado rabo de cavalo. Botei um vestido que batia um pouco acima do joelho. Eu não era muito bonita, meus cabelos eram loiros e escorridos, batiam um pouco abaixo dos ombros. Olhos castanho-escuros e pele muito pálida. Nariz redondinho e um sorriso de japonesa – olhinhos fechadinhos. Fica mais pra engraçado. Coloquei um pouco de blush nas bochechas e desci as escadas, peguei as flores que estavam em cima do balcão.
– Liza cadê o bolo? – ela se virou com o bolo num prato e me passou. – Obrigada. 

sexta-feira, 15 de abril de 2011

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– Claro, vá, vá. – falou ele, e por alguns momentos pensei que ele iria vomitar. Corri para fora da sala ignorando a sensibilidade do estomago do meu professor de Geografia, que parecia estar com a cara verde.
Quando sai da sala fui para o banheiro enorme, entrei numa das cabines vomitei. Sai e lavei o rosto, fiquei com os olhos fechados por um instante, à água gelada era maravilhosa. Quando olho para cima e vejo o reflexo do espelho grito.
– Calma! Calma. Banheiro errado. – disse um menino. Eu nunca tinha o visto no colégio. Tinha olhos tão azuis que pela primeira vez na vida fiquei sem fala e seus cabelos eram tão negros... Ele ia saindo, então me forcei a dizer algo.
– Não, pode ficar. Use uma das cabines, eles trancam os banheiros masculinos. Muitos meninos fingiam estar com algo pra matar aula, agora só o das meninas fica abert... – eu ia dizendo, mas senti mais uma repuxada na barriga e fui correndo pra uma cabine e vomitei mais uma vez, mas dessa vez fiquei apoiada no vaso por precaução. 
– Está tudo bem? – perguntou ele hesitante da porta. – Quer que eu chame...
– Não, não chame ninguém. É que tenho um concurso sábado então minha mãe disse que era pra eu arranjar um jeito de emagrecer e estou tomando um remédio muito forte.
Ele olhou pra mim e franziu o nariz.
– Mãe estranha.
– Hm, você não ia usar o banheiro? – perguntei, virando a cara. Quem ele pensa que é?
– É que eu fiquei com nojo e perdi a vontade. – olhei pra ele que fez uma cara de deboche e depois dele ver que eu sorri reluzentemente de felicidade anormal disse: – Err... Acho que não. – foi pra outra cabine. Eu ainda estava com a cabeça próxima ao vaso.  Sai de lá e lavei o rosto mais uma vez.
– Qual seu... – eu me virei procurando-o, mas ele não estava mais lá. Olhei nas cabines, mas nada dele. Estranho.
Voltei para a sala, às aulas passaram rapidamente e quando fui ver era hora da saída. Procurei o menino, mas não o encontrava.
– Procurando alguém Carol? – perguntou Julia, minha amiga do bilhete. Olhei a hora, eram 12h28min. Droga, Harry estava me esperando.
– Tenho que ir. – disse apressada. Devo admitir que, olhei para trás antes de entrar no carro, procurando-o...
Onde estava ele?

segunda-feira, 11 de abril de 2011

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Trim Trim Trim O meu despertador tocava freneticamente em cima do criado-mudo. Eram cinco e meia.
Olhei pela janela, havia um caminhão de mudanças na casa ao lado. Ótimo, teremos vizinhos. – pensei, vendo as caixas sendo levadas para dentro da casa, não me deixei distrair. Para não me atrasar, direcionei-me para o banheiro e despi-me lentamente. O único mal de acordar cedo é a lerdeza, parecemos àqueles velhinhos que vão atravessar a rua. Duzentos anos depois eles chegam à outra ponta. Deixei meus devaneios de lado e fui tomar meu banho. Arrumei-me e fiz uma leve maquiagem, para me desfazer da cara de lerda.
O outro despertador toca; seis horas em ponto. Deixo meus longos cabelos soltos e desço as escadas já com uniforme completo, tomo café que já está pronto na mesa, comi bem pouco, mas bem lentamente. Acho que a lerdeza estava me dominando hoje. O despertador da mesa da cozinha toca; seis e meia. Subi escovei os dentes, separei as coisas para levar na mochila. O despertador ao lado da pia do banheiro toca; seis e cinquenta. Pego a mochila em cima da cama desço correndo e entro no carro que me espera.
– Oi Harry. – falei com o motorista que me respondeu com um bom dia. Pego o celular na mochila e coloco o despertador da hora da saída. – Me buscar meio dia e vinte cinco. Ok Harry? – disse pra ele quando parou na frente da escola. Pego os comprimidos na minha mochila e tomo. Remédios de emagrecer. Odeio isso.
– Tudo bem, Srta. Dare.
Entrei correndo no colégio e quando coloquei os pés na sala o sino tocou. Dou um leve sorriso, viro-me para a primeira cadeira da fila do meio, coloco minha mochila e me sento.  O professor entra e começa a aula. Passaram-me um bilhete. Eu o abri e li:
“Sua perfeição...
Vamos a um restaurante hoje? Às 20:30?
Julia.”
Peguei minha caneta escrevi:
“Vemos isso na hora do intervalo.”
Entreguei o bilhete de volta. Meu estomago embrulhou, senti uma forte repuxada. Efeitos do remédio.
– Srta. Dare. – o professor chamou minha atenção.
– Professor se importa de eu sair, acho que vou vomitar. – eu disse pondo a mão na boca.

> Sinopse

Durante anos tive uma vida perfeita ou não tão perfeita assim, mas um dia chegou a verdade, ela teria de vir uma hora, mas eu faria de tudo para conseguir adiar nem que fosse por um dia. Magia negra, bruxas, demônios, anjos, vampiros, criaturas inimagináveis passaram e passam por mim. Tem pessoas que vão ler este livro e pensar que é uma ótima idéia, mas eu as admiro, plenamente e indescritivelmente, por conseguir acreditar que tudo foi inventado, que nada jamais existiu. Eu queria que isso fosse verdade, apenas queria.